quinta-feira, 31 de março de 2011

Versos Romanticos


" Amor é fogo que arde sem se ver;


É ferida que dói e não se sente;


É um contentamento descontente;


É dor que desatina sem doer.




É um não quere mas que bem querer;


É um andar solitario entre a gente;


É um cuidadar que se ganha em se perde;




É quere estar preso por vontade


É servir a quem vencer o vencedor,


É ter com quem nos mata lealdade.




Mas como causar pode seu favor


Nos corações humanos amizade;


Se tão contrário a si e o mesmo amor?



(Luis de Camões)

E se fosse verdade?


Pode se dizer que a vida é uma aprendizagem. Há se tudo na vida, fosse exatamente como quisessemos! Seria ótimo para nós, e para as outras pessoas será que seria bom ?


Não dá para fugir do destino que Deus escolhe para cada um; temos sonhos, temos planos, pensamos no futuro sem aproveitar o presente. Por exemplo, se hoje é segunda -feira, já estamos pensando no sábado. Ou então nos dedicamos muito ao trabalho, aos estudos, em objetivos e planos e esquecemos da família ou de formar uma. Quando percebemos a vida passou e perdemos muito tempo, mal aproveitado.


E como recuperar o tempo perdido?

Na realidade não há como voltar ao passado, resta apenas aproveitar bem o presente e o futuro que virá, se a vida assim permitir.


A vida nos ensina com os erros que cometemos, pois se erramos sofreremos consequências e na próxima vez evitaremos as consequências porque os erros sempre existiram.


Aproveitar a vida é viver, e viver faz bem. Amar e ser amado, aproveitar à família, os amigo é muito bom. Então, porque perdemos tanto tempo, como se jogasse-mos um papel na lixeira. A vida se parece como papel, o tempo perdido é o papel jogado na lixeira e a lixeira é o tempo que não se recupera nunca mais.


Devemos viver cada minuto como se fosse o último, nos dedicar as pessoas que nos cercam, amar o próximo, viver em Paz , fazer amigos. Aí lá no futuro iremos nos lembrar como aproveitamos bem a vida, e viverás sem arrependimentos.



(autora: Renata Ferreira de Souza / blog Criações Fersouza)

"O Primeiro Beijo"!!




Tinha dezessete anos; pungia-me um buçozinho que eu forcejava por trazer a bigode. Os olhos, vivos e resolutos, eram a minha feição verdadeiramente máscula. Como ostentasse certa arrogância, não se distinguia bem se era uma criança com fumos de homem, se um homem com ares de menino. Ao cabo, era um lindo garção, lindo e audaz, que entrava na vida de botas e esporas, chicote na mão e sangue nas veias, cavalgando um corcel nervoso, rijo, veloz, como o corcel das antigas baladas, que o romantismo foi buscar ao castelo medieval, para dar com ele nas ruas do nosso século. O pior é que o estafaram a tal ponto, que foi preciso deitá-lo à margem, onde o realismo o veio achar, comido de lazeira e vermes e, por compaixão, o transportou para os seus livros. Sim, eu era esse garção bonito, airoso, abastado; e facilmente se imagina que mais de uma dama inclinou diante de mim a fronte pensativa, ou levantou para mim os olhos cobiçosos. De todas porém a que me cativou logo foi uma...uma...não sei se diga; este livro é casto, ao menos na intenção; na intenção é castissimo. Mas vá lá; ou se há de dizer tudo ou nada. A que me cativou foi uma dama espanhola, Marcela, a ''linda Marcela", como lhe chamavam os rapazes do tempo. E tinham razão os rapazes. Era filha de um hortelão das Astúrias; disse-mo ela mesma, num dia de sinceridade, porque a opinião aceita é que nascera de um letrado de Madri, vítima da invasão francesa, ferido, encarcerado, espingardeado, quando ela tinha apenas doze anos. Casas de Espanã. Qem quer que fosse, porém, o pai, letrado ou hortelão, a verdade é que Marcela não possuia a inocência rústica, e mal chegava a entender o mal do código. Era boa moça, lépida, sem escrúpulos, um pouco tolhida pela austeridade do tempo, que lhe não permitia arrastar pelas ruas os seus estouvamentos e berlindas; luxuosa, impaciente, amiga de dinheiro e de rapazes.


Esse texto é de (Machado de Assis)!!!!